quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ALIMENTAÇÃO DO MÉDIUM

O fanatismo, em todas as escolas religiosas, inspira muitas pessoas, das quais poderemos destacar grandes almas. Todo estudioso das verdades espirituais, de quaisquer ramos de iniciação, deve, no momento em que escrever, pensar ou falar, não se esquecer da disciplina, lembrar-se da universalidade em tudo e que Deus, sendo todo amor, todo pureza, todo perfeição, não iria fazer nada sem essas qualidade. Obra imperfeita nasce da imperfeição.  Vamos repetir outro tópico do próprio Paulo aos romanos:”Eu sei, e disso estou persuadido no Senhor Jesus, que nenhum cousa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera: para esse, é impura.”
O nosso assunto é alimentação do médium. Os dons espirituais não têm nada a ver com a alimentação. Têm no sentido contrário; o faminto perde as possibilidades de servir. O dom da mediunidade se assenta no conjunto físico e, se assim é, ele não pode funcionar bem, sem que haja equilíbrio em todas as suas peças.
A alimentação do médium é indispensável, e ela deve ser escolhida por ele mesmo, e, desde que come para viver, nada lhe faz mal. O equilíbrio, a sobriedade é como que a bênção de Deus em tudo o que existe. Seguir regras de escritores ou espíritos fanáticos é desapropriar-se das próprias convicções. A alimentação do sensitivo deve obedecer ao bom senso. A gulodice na comida retarda a inteligência e enfraquece os sentimentos e, no campo psíquico e físico, o resultado é o mesmo. O rendimento baixa, pelo escândalo do exagero. Entendemos que, na alimentação da alma, os resultados são os mesmos. Onde falta a sabedoria do aprendizado, os caminhos do meio, em todos os casos, são os mais aconselhados para todas as criaturas, em todos os planos de vida. Por outro lado, a comida que perturba mais a organização biológica é aquela envolvida pelos fluidos negativos do ódio, da inveja e do ciúme.
O momento de comer é hora sagrada. Deveis selecionar os assuntos, se não quereis comer a carne da ignorância, que por encanto se entremeia no repasto, perturbando o corpo e atordoando a alma. Não vos esqueçais de estimular a alegria na hora em que estiverdes em torno de uma mesa, fortalecendo o organismo. E se quereis, igualmente, saciar a fome da alma, buscai anistiar os que vos ofendem e caluniam, sem esquecerdes o bem que lhes puderdes fazer. Se chamais a vossa religião de comunidade do amor, por que distorcer seus princípios, na imposição? O melhor método é o posposto pelo Evangelho. Não é que não possam existir outras regras. Quanto mais, melhor. No entanto, que o profitente escolha dentre elas as que mais lhe convêm. Essa liberdade de atitudes o conduz ao melhor aprendizado, ao maior interesse.
Voltando ao alimento, achamos que a comida de um médium haverá de ser compatível com a sua natureza orgânica e disposição psíquica. Ao invés dos religiosos se perderam no fanatismo, mostrando-se como selecionadores de comidas e bebidas dos outros, para que a pureza seja mantida, é bom que esta escolha seja para cada um, de acordo com o seu próprio mundo orgânico e espiritual. O mais interessante é o  que se come pela mente, o que se bebe pelo pensamento. Tornamos a lembrar o apóstolo: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz, e alegria no Espírito Santo”. É neste sentido e muitos outros de urgência que pedimos com frequência a todos os médiuns para se instruírem em todas as fontes do saber, haurindo nesses mananciais o que podem suportar, e esforçando-se para se tornarem livres do peso demasiado das imposições. Quem não conhece a luz, desconhece o próprio bem. Limpai vossas vistas, meus filhos, vede em todas as direções a pureza da criação, que sereis também puros diante do Criador.

“Não destruas a obra de Deus por causa de comida. Todas as cousas, na verdade, são limpas, mas é mau para o homem comer com escândalo.”  (Romanos 14:20)


MÉDIUNS – MIRAMEZ – JOÃO NUNES MAIA 

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