segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

NÃO ASPIRES

Não aspires retificar apressadamente os outros, quando os consideres errados, segundo os teus pontos de vista, porque também nós, quando em erro, nem sempre admitimos corrigendas imediatas.

Não imponhas o teu ideal de felicidade àqueles que estimas, de vez que a felicidade das criaturas varia sempre conforme o degrau evoluti...vo em que se encontrem.

Quanto puderes, como puderes e onde puderes, guardando a consciência tranquila, trabalha servindo sempre.

Assim agindo, ainda que não percebas, desde agora, estarás, imperturbavelmente, nos domínios da paz.

Por mais sofras, jamais desanimes.

O problema aparece carregando a lição.

pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Agenda de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos diversos

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

No curso do desenvolvimento da mediunidade, o candidato, de vez em quando, cai em profunda atonia psíquica que, em muitos casos, o leva à desistência. Nas primeiras horas em contato com o mundo invisível, o entusiasmo assume o nosso ser e, de certa forma, transforma-se em fanatismo, que dura pouco ou muito, de acordo com a maturidade do neófito.
Fanatismo é admiração, em demasia, daquilo que não conhecíamos. Depois da conscientização das verdades, tomamos a posição que compete a um estudante refeito das explosões internas do saber. Os estigmas de um médium, nos seus primeiros passos, testam seus valores e engendram meios junto ao coração, par que ele se afirme na longa viagem de exemplificação cristã.
Quando em contato com os livros da Doutrina Espírita, a teoria, por vezes, acende em nossos sentimentos uma labareda em forma de paixão pela causa que abraçamos, pois não existe outro meio, em se conduzindo alguém para a iniciação das coisas espirituais. Depois, em face á vivência do que é aprendido no mundo dos argumentos, no cerne da realidade, temos o impulso de recuar. Essa é que é a hora mais sublime da vida do companheiro que se dispôs a seguir o Cristo, o que todos nós chamamos “remédio amargo”.
Na verdade.é o aprendizado que nos busca sob formas variadas, dentro de um lar, junto aos semelhantes no trabalho, na luta pela saúde, e ainda na mais difícil tarefa: a nossa auto educação. Temos que encontrar a nossa personalidade, como se estivéssemos diante de um espelho mágico, a nos mostrar todos os nossos defeitos, todos os nossos impulsos desagradáveis, toda a nossa violência no trato com os outros, toda a nossa intolerância; a exuberância na vaidade, no orgulho, e a completa insatisfação com o que temos e com o que a vida nos está dando.
Caímos na realidade espiritual e começamos a maior guerra de todos os tempos, aquela de seleção de valores no campo imenso da nossa intimidade. Exercitar os dons mediúnicos, à primeira vista parece-nos felicidade imediata. Todavia, com o passar dos tempos, descobrimos que para chegar a esse paraíso da consciência, haveremos de lutar com as armas que o Cristo nos legou a todos, o maior acervo de defesa que a humanidade conheceu – o Evangelho.
Conhecer é a primeira tarefa do médium, porque o seu conhecimento é como o Alfa da sua jornada e o amor, como o Omega da sua estabilidade consciencial.
É bom que repitamos a conversa do apóstolo Pedro, cujo tópico está nos inspirando: “Antes, crescei na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Antes de abraçar a responsabilidade da mediunidade em maior profusão, de aguçar mais os dons que possuís por misericórdia de Deus, crescei nas virtudes, porque são elas que limpam todos os canais por onde deverão passar as mensagens dos instrutores da espiritualidade maior.
O mediador que se entrega ao serviço de intercâmbio com os espíritos desencarnados deve meditar na área do bom senso, para que nada ultrapasse os limites respeitados pelas grandes almas que passaram pela carne.. Não pensem os médiuns e os que estão qualificados como tais, que esses dons são para sua própria satisfação pessoal. São ferramentas de trabalho que burilam nossas qualidades, para que depois festejemos a glória de Cristo em nós e por nós, nas luzes de Deus. O médium com pretensões à educação cristã deve se moldar nos preceitos do Evangelho, pois esse é o caminho mais seguro para seu aprendizado.
Muitos dos que dirigem os desenvolvimentos mediúnicos apregoam pára os candidatos que só devem ler tais ou  quais livros, que ele ou eles, pessoalmente, achou ou acharam melhores, estreitando, assim, os conhecimentos que o aluno da doutrina Espírita poderia ter. A nossa opinião neste assunto é a mesma de Paulo de Tarso, quando assevera: “Não apagueis o Espírito. Não desprezeis as profecias. Julgai todas as coisas,  retende o que é bom”. E termina desta forma, favorável aos direitos de cada criatura. “Abstende de toda a forma de mal.”
O médium que não se instrui, ou que limita sua instrução, coloca, com isso, viseira nos olhos, ficando sujeito a cair nas valas laterais. Abster-se de toda a forma de mal não é imposição. É que a alma, em si, por ela mesma, escolhe, com os conhecimentos adquiridos, o que deve ou não fazer. Todos os livros são, por assim dizer, escrituras, principalmente os livros espiritualistas. Cada facção tem uma missão de desvendar mistérios e revelar leis. A universalidade nos instiga a conhecer de tudo, como nos inspira Paulo, e retirar o bem que entendemos pelo limite de nossos conhecimentos e pelo que suportamos da verdade.
Desenvolvimento mediúnico é disciplina. Mas, acima de tudo, é amor, que se divide em milhares de atitudes que deveremos tomar, como forma do bem em todas as direções. Eis o que Pedro torna a nos falar:
“Antes, crescei na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.”


MÉDIUNS – MIRAMEZ – JOÃO NUNES MAIA

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Entrevista: Allan Kardec


Em 15 de janeiro de 1861, Allan Kardec lançava O Livro dos Médiuns, que ele considerou “Guia dos Médiuns e dos Evocadores”.
Por ocasião do Sesquicentenário dessa efeméride, transcrevemos trechos do citado livro, em forma de entrevista com o Codificador, sobre temas sempre oportunos.


Reformador: Os Espíritos podem nos revelar o futuro?
Allan Kardec: “Se o homem conhecesse o futuro, não cuidaria do presente. [...] a manifestação dos Espíritos não é um meio de adivinhação. [...]”
“Pode acontecer que o Espírito preveja coisas que julgue conveniente revelar, ou que ele tem por missão tornar conhecidas. Porém, é nesses casos que se deve desconfiar ainda mais dos Espíritos mistificadores, que se divertem em fazer previsões. Só o conjunto das circunstâncias permite que se verifique o grau de confiança que elas merecem”.
Reformador: E informações sobre vidas anteriores e futuras?
Allan Kardec: Sobre as vidas anteriores:
“Deus algumas vezes permite que elas vos sejam reveladas, conforme o objetivo. Se for para vossa edificação e instrução, as revelações serão verdadeiras e, nesse caso, feitas quase sempre espontaneamente e de modo inteiramente imprevisto. Ele, porém, jamais o permite para satisfação da vã curiosidade”.
Sobre existências futuras:
“[...] tudo que os Espíritos vos disserem a tal respeito não passará de gracejo, e isso se compreende facilmente: a vossa existência futura não pode ser determinada de antemão, pois dependerá do vosso proceder na Terra e das resoluções que tomardes no estado de Espíritos”.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Discípulo Impaciente

Após uma exaustiva sessão matinal de orações no monastério de Piedra, o noviço perguntou ao abade:
- Todas estas orações que o senhor nos ensina, fazem com que Deus se aproxime de nós?
- Vou respondê-lo com outra pergunta – disse o abade. – Todas estas orações que você reza irão fazer o sol nascer amanhã?
- Claro que não! O sol nasce porque obedece a uma lei universal!
- Então, esta é a resposta à sua pergunta. Deus está perto de nós, independente das preces que fazemos.
O noviço revoltou-se:
- O senhor quer dizer que nossas orações são inúteis?
- Absolutamente. Se você não acorda cedo, nunca conseguirá ver o sol nascendo. Se você não reza, embora Deus esteja sempre perto, você nunca conseguirá notar Sua presença.

Texto retirado do Blog de Paulo Coelho

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Vidas Passadas

Me considero espírita não porque o Espiritismo seja uma religião, é porque eu procuro viver na linha de uma das mais sublimes escolas de sabedoria que a todo instante me convida ao racioncínio e ao debate de questões dignas e valorosas. Essa filosofia de vida chegou à mim por volta dos meus 29 anos. Hoje com 42, pouco aprendi dessa maravilhosa fonte de vida, mas continuo com o objetivo firme de aprender mais e mais, ser tolerante, não ceder às minhas más tendências e praticar, sempre quando tiver a oportunidade, a caridade.
Entretanto, o que me levou a escrever hoje foi um trecho do livro que estou em fase final de leitura: "O Céu e o Inferno". Lá no capítulo VI, onde lemos sobre os "Criminosos Arrependidos" há um parágrafo onde Kardec comenta sobre um espírito criminoso, o qual transcrevo na íntegra:
"Muitas pessoas perguntaram que proveito se pode tirar das existências passadas, uma vez que não se lembram nem do que foram, nem do que fizeram.
Esta questão é completamente resolvida pelo fato de que, se o mal que cometemos está apagado , e se dele não resta nenhum traço no nosso coração, a sua lembrança seria inútil, uma vez que não temos com que nos preocupar. Quanto àqueles dos quais não estamos inteiramente corrigidos, conhecê-mo-los pelas nossas tendências atuais; sobre estas é que devemos levar toda a nossa atenção. Basta saber o que somos, sem que seja necessário saber o que fomos."
 Gente, esse parágrafo é resposta para todo aquele irmão, que ao entrar na doutrina espírita, vem em busca de suas vidas passadas, de saber o que foi e o que fez, de tentar explicação dos seus problemas imediatos, sem querer se ocupar da sua reforma íntima, e outras coisas nesse sentido.
Assim, convoco à todos, a busca do conhecimento nobre e amoroso. Que não nos furtemos em aprender, que sejamos humildes e mansos, que façamos ao próximo o que gostaríamos que fizessem por nós.
LSNJ

Antonio Melo

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ALIMENTAÇÃO DO MÉDIUM

O fanatismo, em todas as escolas religiosas, inspira muitas pessoas, das quais poderemos destacar grandes almas. Todo estudioso das verdades espirituais, de quaisquer ramos de iniciação, deve, no momento em que escrever, pensar ou falar, não se esquecer da disciplina, lembrar-se da universalidade em tudo e que Deus, sendo todo amor, todo pureza, todo perfeição, não iria fazer nada sem essas qualidade. Obra imperfeita nasce da imperfeição.  Vamos repetir outro tópico do próprio Paulo aos romanos:”Eu sei, e disso estou persuadido no Senhor Jesus, que nenhum cousa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera: para esse, é impura.”
O nosso assunto é alimentação do médium. Os dons espirituais não têm nada a ver com a alimentação. Têm no sentido contrário; o faminto perde as possibilidades de servir. O dom da mediunidade se assenta no conjunto físico e, se assim é, ele não pode funcionar bem, sem que haja equilíbrio em todas as suas peças.
A alimentação do médium é indispensável, e ela deve ser escolhida por ele mesmo, e, desde que come para viver, nada lhe faz mal. O equilíbrio, a sobriedade é como que a bênção de Deus em tudo o que existe. Seguir regras de escritores ou espíritos fanáticos é desapropriar-se das próprias convicções. A alimentação do sensitivo deve obedecer ao bom senso. A gulodice na comida retarda a inteligência e enfraquece os sentimentos e, no campo psíquico e físico, o resultado é o mesmo. O rendimento baixa, pelo escândalo do exagero. Entendemos que, na alimentação da alma, os resultados são os mesmos. Onde falta a sabedoria do aprendizado, os caminhos do meio, em todos os casos, são os mais aconselhados para todas as criaturas, em todos os planos de vida. Por outro lado, a comida que perturba mais a organização biológica é aquela envolvida pelos fluidos negativos do ódio, da inveja e do ciúme.
O momento de comer é hora sagrada. Deveis selecionar os assuntos, se não quereis comer a carne da ignorância, que por encanto se entremeia no repasto, perturbando o corpo e atordoando a alma. Não vos esqueçais de estimular a alegria na hora em que estiverdes em torno de uma mesa, fortalecendo o organismo. E se quereis, igualmente, saciar a fome da alma, buscai anistiar os que vos ofendem e caluniam, sem esquecerdes o bem que lhes puderdes fazer. Se chamais a vossa religião de comunidade do amor, por que distorcer seus princípios, na imposição? O melhor método é o posposto pelo Evangelho. Não é que não possam existir outras regras. Quanto mais, melhor. No entanto, que o profitente escolha dentre elas as que mais lhe convêm. Essa liberdade de atitudes o conduz ao melhor aprendizado, ao maior interesse.
Voltando ao alimento, achamos que a comida de um médium haverá de ser compatível com a sua natureza orgânica e disposição psíquica. Ao invés dos religiosos se perderam no fanatismo, mostrando-se como selecionadores de comidas e bebidas dos outros, para que a pureza seja mantida, é bom que esta escolha seja para cada um, de acordo com o seu próprio mundo orgânico e espiritual. O mais interessante é o  que se come pela mente, o que se bebe pelo pensamento. Tornamos a lembrar o apóstolo: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz, e alegria no Espírito Santo”. É neste sentido e muitos outros de urgência que pedimos com frequência a todos os médiuns para se instruírem em todas as fontes do saber, haurindo nesses mananciais o que podem suportar, e esforçando-se para se tornarem livres do peso demasiado das imposições. Quem não conhece a luz, desconhece o próprio bem. Limpai vossas vistas, meus filhos, vede em todas as direções a pureza da criação, que sereis também puros diante do Criador.

“Não destruas a obra de Deus por causa de comida. Todas as cousas, na verdade, são limpas, mas é mau para o homem comer com escândalo.”  (Romanos 14:20)


MÉDIUNS – MIRAMEZ – JOÃO NUNES MAIA 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Caminho Espiritual

“A primeira qualidade do caminho espiritual é a coragem”, dizia Gandhi.
E, segundo o monge tibetano Chögyam Trungpa, a primeira qualidade do homem valente é lutar por aquilo que possa ser útil a toda a humanidade.
O mundo sempre parece ameaçador e perigoso para os covardes. Estes procuram a segurança mentirosa de uma vida sem grandes desafios, e se armam até os dentes para defender aquilo que julgam possuir. Os covardes são vítimas do próprio egoísmo, e terminam construindo as grades da própria prisão.
Mas os homens e mulheres valentes projetam seu pensamento muito além das paredes do quarto. Sabem que, se não fizerem nada pelo mundo, ninguém mais o fará.
Então tomam parte do Bom Combate da vida, mesmo sem entender direito porquê.

Por Paulo Coelho