quarta-feira, 24 de junho de 2015

A ARTE E A CIÊNCIA DE AJUDAR

A indiferença ante a dor do próximo é congelamento da emoção, que merece combate.
À medida que o homem cresce espiritualmente, mais se lhe desenvolvem no íntimo os sentimentos nobres.
Certamente não se deve confundi-los com os desregramentos da emotividade; igualmente não se pode controla-los a ponto de tornar-se insensivel.
No bruto, a indiferença é o primeiro passo para a crueldade, porta que se abre na emoção para inúmeros outros estados de prmitivismo.
A indiferença coagula as expressões da fraternidade e da solidariedade, ensejando a morte do serviço beneficente.
O antídoto para esse mal, que reflete o egoísmo exacerbado, é o amor.
Se não pretendes partilhar do sofrimento alheio, ao menos minora-o com migalhas do que te excede.
Senão queres conviver com a dor do teu irmão, ajuda-o a te-la diminuída com aquilo que esteja ao alcance.
Se defrontas multidões de necessitados e não sabes como resolver o problema, auxilia o primeiro que te apareça, fazendo a tua parte.
Se te irrita a lamentação dos que choram silencia-a com o teu contributo de amizade.
Imagina-te no lugar de algum deles e saberás o que fazer, como efeito natural do que gostarias que alguém fizesse por ti.
Ninguém está seguro de nada, enquanto se encontra na Terra.
A roda das ocorrências não pára. Quem hoje está no alto, amanhã terá mudado de lugar e vice-versa.
E não só por isso. Quem aprende a abrir a mão em solidariedade, termina por abrir o coração em amor.
Dá o primeiro passo, o mais difícil. Repete-o, treina os sentimentos e te adaptarás à arte e ciência de ajudar.
Há quem diga que os infelizes de hoje estão expiando os erros de ontem, na injunção de carmas dolorosos. Ajuda-los, será impedir que os resgatassem.
É correto que a dor de agora procede de equívocos anteriores, porém, a indiferença dos enregelados, por sua vez, lhes está criando situações penosas para mais tarde.
Quem deve, paga, é a Lei. Mas quem ama dispõe dos tesouros que, quanto mais se repartem, mais se multiplicam. É semelhante à chama que acende outros pavios e sempre faz arder, repartindo-se, sem nunca diminuir de intensidade.
Faze, pois, a tua opção de ajudar, e o mais a Deus pertence.


MOMENTOS DE MEDITAÇÃO – JOANNA DE ÂNGELIS - DIVALDO FRANCO

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