quarta-feira, 10 de agosto de 2011

ENTRAVES ESPIRITUAIS


Sendo os médiuns paladinos da noção da imortalidade sobre a Terra, noção que pode mudar o comportamento moral do ser encarnado, fazendo-o enxergar onde se encontram os verdadeiros valores da existência, é natural que sobre eles se concentrem os esforços dos espíritos que desejam o atraso da Humanidade.
Os desencarnados adversários da Doutrina, espíritos que relutam em avançar na senda do aperfeiçoamento espiritual, valem-se de todas as artimanhas para comprometerem o trabalho dos medianeiros, convictos de que, em derrubando os médiuns, estarão abalando a fé daqueles que os têm à conta de luminares da Espiritualidade.
Infelizmente, o homem ainda é uma terra mais propícia à lavoura do joio, que do trigo... Pelas imperfeições que revela a sintonia com os elementos das trevas acontece quase de maneira instantânea; hábitos arraigados do pretérito o predispõem ao mal...
Se o medianeiro não toma consciência de suas mazelas e não as combate com determinação, imunizando-se contra as inclinações do personalismo, do orgulho, da ambição e da vaidade, a tendência é a de que venha a sucumbir sob o assédio dos espíritos obsessores. Muitos médiuns têm se desviado do bom caminho; começam com uma tarefa promissora, mas logo caem, vítimas de interesses escusos, tanto no campo material quanto no campo afetivo.
Os espíritos inimigos do Espiritismo, não raro, se dedicam a estudar o ponto vulnerável do médium que desejam comprometer... Às vezes, não têm nada contra o sensitivo; o que querem é combater a doutrina, ridicularizando-a através de seus adeptos. Por isso, tantos companheiros que não conseguem perseverar, tantos que acabam se envolvendo em ligações afetivas que se transformam em escândalo, tantos que passam a agir como se tivessem perdido a fé...
Detectado o ponto frágil do medianeiro, os espíritos que conhecem técnicas apuradas de perturbação espiritual – se aproximam dele, dando início ao processo de envolvimento que induz o médium a estados de conflito íntimo. Quase sempre, esses agentes das trevas trabalham no sentido de que o medianeiro perca o idealismo inicial.
Temos visto incontáveis companheiros da mediunidade desacreditados de si mesmos! Não fosse pelo auxílio da espiritualidade Superior, que ninguém desampara, descambariam de vez... Se ainda lutam para cumprir com o dever, para não faltarem às reuniões com tanta frequência, para continuarem vinculados à fé espírita, isto, sem dúvida, deve ser debitado ao amparo que os Espíritos amigos lhes dispensam – sei, porque, ante o assédio das falanges do Mal, as falanges do Bem não permanecem de braços cruzados!
Todavia, quantos medianeiros donos de Faculdades mediúnicas admiráveis, que, vampirizados, ao se sentirem espiritualmente extenuados, não produzem na Doutrina o que poderiam produzir!... Não se fixam em nenhuma casa espírita, nenhum ambiente lhes serve para trabalhar como médiuns ; se incompatibilizam, com o grupo; desconfiam da sinceridade dos companheiros. Se recusam, enfim, a prosseguir na tarefa, se dela não puderem auferir  Algum benefício pessoal...
Esses entraves espirituais que surgem para os médiuns, desde o recinto doméstico e o seu ambiente de trabalho profissional, estendendo-se às atividades na casa espírita, necessitam ser combatidos, sob pena de o medianeiro se assemelhar à figueira seca da parábola de Jesus.

CONVERSANDO COM OS MÉDIUNS – CARLOS A. BACCELLI – ODILON FERNANDES

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